segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Ação na Santos Andrade.
36 marcas, o apoio das pessoas e a cobertura jornalística completa. Obrigado a todos.

Ontem foi a vez de marcar as mortes das 36 pessoas que morreram nos últimos 10 dias. A ação transcorreu de forma tranquila e pacífica. Mesmo a intervenção da Guarda Municipal - já quase no fim dos trabalhos - foi muito educada. Os policiais tiverem uma atitude compreensiva e, com muito tato, nos pediram que não prosseguíssemos pintando. Por isso algumas das 36 marcas não tem seus respectivos nomes. Esperamos voltar logo para completar o trabalho e não deixar que nenhuma morte apareça como apenas mais um número, e sim, nos mostre um ser humano que perdeu a vida.
Durante a pintura, uma equipe da Rede Paranaense de Comunicação apareceu para registrar o trabalho (obrigado Cleiton pelas ótimas imagens).
O resultado foi bastante positivo especialmente por contar com a presença de outras pessoas que apareceram para dar apoio - inestimável no momento da abordagem policial - e ate mesmo para colocar a mão na tinta (Obrigado Camil, Gabriel, Fernando, Ana, Luis, Rita, Gladys, Lamartine, Luciane Gilda e Djalma)
O trabalho no entanto está - infelizmente - longe de terminar. O feriado prolongado deixou um saldo de 29 mortes. No próximo fim-de-se
mana elas estarão marcadas em outro ponto da cidade.

11 comentários:

Anônimo disse...

Olá, minha familia e eu gostariamos de participar desses protestos, pois meu tio foi vitima da violencia, e nao queremos que ele se torne mais um numero para a estatistica,ficaria muito grata se voces entrassem em contato comigo pelo email je_bpereira_1@hotmail.com

Pintando a Violência disse...

Obrigado pelo interesse. ficamos felizes de ver sua compreensão quanto ao que estamos fazendo.
Os prósximos encontros serão divulgados todas as 6as-feiras aqui mesmo no BLOG.
Um abraço.

Anônimo disse...

o fato de vcs não decidirem pintar a violência na periferia tb não é uma forma de preconceito? pois como todos sabemos as autoridades responsáveis pela segurança pública em Curitiba e Paraná, tb evitam as periferias e tem pouco apreço pelo sofrimento dessa população. basta folhear os jornais e comprovar que isso é fato. em contra partida quando uma violência acontece com os "cidadãos de bem", até forças-tarefas são criadas para mostrar serviço e nos dar a ilusão de que algo está sendo feito.
se sua atitude fosse imparcial, ou seja, mostrando realmente onde toda a violência ocorre, seria louvável, infelizmente creio, espero realmente estar enganado, que isso é uma jogada de marketing, uma espécie de desencargo de consciência.
espero que o tempo prove que eu estou enganado, se isso ocorrer, com toda certeza escreverei novamente, pedindo desculpas.

Anônimo disse...

É isso aí gente. Um mínimo de iniciativa e as pessoas interessadas começam a aparecer e a agir. Violência é um problema de todos; todos são e somos vítimas.
Bela atitude de vocês, Bianca e Julian.
A omissão é quase tão bárbara quanto o ato mau. E o comodismo é uma doença aliada da violência, irmão de sangue.
Ouvi o Galeano dizer uma frase que acho que cabe aqui:
"Mijam em nós, e os diários dizem: chove."
Aceitar isso é o fim da linha. Aceitar e acostumar-se à violência é tão imbecil e desumano quanto.
Camil

Pintando a Violência disse...

Prezado "S",
Decidimos pintar as mortes violentas da periferia e região metropolitana, no centro da cidade. Todos os nomes pintados ontem na praça Santos Andrade, são mortes destes locais.

Optamos por pintar esses crimes no centro, pelos seguintes motivos:
1. Muitos dos locais onde ocorreram as mortes, são perigosos
2. As pessoas que moram nesses locais, por incrível que pareça, já estão acostumadas com os tiros e mortes frequentes
3. Muitas ruas da periferia, são de terra, o que inviabiliza a pintura com tinta
4. Acreditamos que as pessoas que devem começar a se preocupar com a violência, são justamente as que vivem no "centro". Nos parece que essas pessoas ainda não se deram conta que Curitiba ultrapassa os limites do Batel e Jardim Social.

Muito obrigada pela sua consideração, até porque este foi um dos assuntos que discutimos bastante: como marcar as mortes da periferia, onde todos pudessem ver.

Felipe disse...

Caros amigos,
estou muito orgulhoso de vocês pela iniciativa. Realmente o melhor jeito das pessoas criarem uma consciência cívica de toda a violência que cerca Curitiba é agindo ao invés de achar culpados ou apenas reclamar.

Sinto vergonha de mim mesmo por não acreditar que valha a pena tentar mudar essa realidade e achar que todo o sistema está corrompido demais pra que a nossa geração possa usufruir de um simples passeio pelo centro da cidade a pé as 8 da noite sem se preocupar com quem está andando ao nosso lado ou que possamos deixar nossos (futuros) filhos soltos no parquinho brincando ao invés de trancá-los num ap jogando playstation.

Obrigado por me darem um pouco de esperança de que realmente podemos mudar nosso futuro, com atos simples, porém verdadeiros no presente.

Um grande abraço do seu amigo
Felipe

Anônimo disse...

O que está acontecendo é nada mais nada menos do que, já era previsto desde quando criaram moldes de que a sociedade é perfeita, se não existir pobreza.
Isso é o a maior hipocrisia que estamos vendo todos os dias
A sociedade está classificada em duas classes
(OS QUE NÃO COMEM E OS QUE NÃO DORMEM)
E enquanto os que não comem não olharem pelos que não dormem nada vai mudar
E só vai piorar e a falácia vai continuar.
Continuara sendo bandeira de campanhas políticas para nossos senhores ilustres.
Acho que a sociedade colhe o que planta
Em uma cidade como curitiba, que dizem ser a cidade modelo...
Modelo só se for de como pessoas endinheiradas devem se portar diante de gente que não tem a mínima condição humana
As pessoas dessa cidade humilham os mais humildes eu morei em curitiba por 10 anos conheço rua por rua dessa cidade
Conheço o lado rico e lado pobre
E sei muito bem que a definição que dei (OS QUE NÃO COMEM E OS QUE NÃO DORMEM)
Diz tudo...
Penso que ao invés de fazer coisas para mostrar o que já aconteceu, essas mortes
Que é claro não trará essas pessoas de volta, seria melhor fazer algo pra acabar com o maldito habito de quem tem tudo não fazer nada de concreto... mas algo realmente de verdade por quem precise.
Que seja educar, ensinar, dar condições e oportunidades de verdade.

Pintando a Violência disse...

Oi Jean,

concordo com praticamente tudo o que vc diz. Apenas diria que os que não dormem somos nós, e o que não comem são os que puxam o gatilho. Enquanto não olharmos para a realidade dessas pessoas elas olharão para a nossa, infelizmente através da mira de um revólver.
Quanto à ação preventiva, note que nosso blog tem uma área chamada "7 atitudes para diminuir a violência", que consideramos o mais importante de tudo que está escrito aqui. Nós realmente acreditamos que essas atitudes são capazes de transformar a sociedade e praticamos cada uma delas. De fato conhecemos cada bairro dessa cidade e em alguns deles, realizamos trabalhos sociais efetivos. No Tatuquara - em dos mais violentos - tomamos parte de um projeto que semanalmente leva esporte, dança e recriação a menores em situação de risco. O cartunista Rafael Camargo dá aulas de desenho; Bianca Cassilha, Adriana Mugnaini e Ana Cristina Poli, aulas de balé (para mais de 60 crianças; Cléber Barbado dá aulas de xadrez; entre outros.
Mostrar para as pessoas a face crua da violência é necessário, mas concordamos que agir dentro dos setores mais carentes da sociedade é mais necessário ainda. É urgente!

Anônimo disse...

Ouvi o endereço na CBN. Se vc digitar o www, tambem entra.

Eveline Mara disse...

Muito legal o caminho que o movimento está tomando. Parabéns.

Anônimo disse...

Bom dia, gostaria de saber como consigo entrar em contato com vocês. Sou da família do Sergio e gostariamos de entrar em contato com vocês. coulw@hotmail.com